TRADICIONALIS

Este Blog pretende ser um espaço onde se trocam impressões e ideias sobre o património cultural português e qual a melhor forma de o preservar. A música e os instrumentos musicais, em especial os cordofones, terão aqui um espaço privilegiado.

20 abril 2008

VIOLA CAMPANIÇA 1

A viola Campaniça é o maior dos cordofones portugueses. Instrumento predominante no Baixo Alentejo deve, em parte, a sua sobrevivência a uma outra tradição alentejana que é o cante ao despique e ao Baldão. Utilizado quer a solo quer no acompanhamento das modinhas é tocado de forma peculiar em que é utilizado o polegar (em ponteado ou em rasgado) enquanto a mão se apoia na parte inferior do tampo junto ao enfranque que, neste instrumento, é bastante acentuado.
A afinação deste instrumento, de 10 cordas (5 duplas) e 12 cravelhas, é, da mais grave para a mais aguda, sol SOL – dó DÓ – sol sol – si si – ré ré. Nas cordas centrais (sol – sol) são utilizadas cordas de latão, chamadas toeiras, que dão uma sonoridade muito específica a este instrumento.
O braço deste instrumento possui apenas dez trastos ou pontos e os dois meios trastos suplementares (12º e 14º) situam-se já sobre o tampo.
Tem havido um aumento do número de adeptos deste instrumento dos quais me aprás citar o nome do Pedro Mestre e também do João Telha dos Moderniça.
Uma obra incontornável para quem quizer saber mais sobre este instrumento é o livro de José Alberto Sardinha, Viola Campaniça – O outro Alentejo, editado em 1986 e reeditado em 2001.


Não posso esquecer neste breve apontamento o Mestre Manuel Bento, ainda no activo, com quem estive no ano passado no Tocar de Ouvido em Évora e a quem presto aqui a minha homenagem.


A partir de amanhã irei mostrar neste blog a construção de uma Viola Campaniça

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