TRADICIONALIS

Este Blog pretende ser um espaço onde se trocam impressões e ideias sobre o património cultural português e qual a melhor forma de o preservar. A música e os instrumentos musicais, em especial os cordofones, terão aqui um espaço privilegiado.

14 setembro 2005

O CAVAQUINHO E O UKELELE

O cavaquinho é o mais pequeno e talvez o mais popular dos cordofones portugueses. Sendo um instrumento da região do Minho a sua origem remonta aos tetracórdios helénicos. Deixado ao abandono, na companhia de muitos outros instrumentos populares, teve o seu ponto alto na cultura portuguesa em 1981 com a saída para o mercado do disco de Júlio Pereira “cavaquinho”.

Júlio Pereira, com a colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian, do Dr Ernesto Veiga de Oliveira e com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Direcção Geral de Acção Cultural), lançou-se num projecto ambicioso com a finalidade, conseguida então, de proporcionar uma divulgação de um instrumento português típico, de raiz, e que seria continuada dois anos depois com o disco “braguesa” ainda com a colaboração do Dr. Ernesto Veiga de Oliveira, mas já sem outros apoios. A braguesa já há muito que caiu no esquecimento. Quanto ao cavaquinho, tem vindo a perder progressivamente o protagonismo com que foi granjeado na altura. Uma tentativa que vale a pena recordar é a de Lúcia Moniz, que se apresentou de cavaquinho em punho no festival da Eurovisão de 1996.
Quando em 1879 o navio Ravesnscrag chegou a Honolulu (Hawai) na tarde do dia 23 de Agosto transportando 419 madeirenses, João Fernandes pediu a um amigo o cavaquinho e saltou para a praia começando a tocar e cantar músicas típicas da sua terra. Este instrumento, que causou alguma admiração entre os nativos, rapidamente se tornou um símbolo da sua identidade em termos internacionais através de uma divulgação que ultrapassou tudo o que se pode imaginar.

Rapidamente o ukelele passou a ser conhecido e associado às ilhas do Pacífico. É, no fim de contas, o símbolo da identidade de um povo que soube preservar e adoptar um instrumento sem, diga-se, nunca renunciar as suas origens. Triste é que o instrumento progenitor, o cavaquinho, seja lá fora conhecido como Portuguese Ukelele. É necessário e urgente preservar o nosso património, mas o facto é que cada vez há menos construtores de cordofones.

5 Comments:

At 08 setembro, 2008 18:56, Anonymous Anónimo said...

Prezados, não esqueçam que aqui no Brasil o cavaquinho é um dos principais instrumentos do Samba e é comum ouvi-lo das periferias ao centro das grandes cidades. Não há hipótese de esquecimento, ao menos não nas bandas de cá.

Pedro Jácome

 
At 04 dezembro, 2008 14:04, Blogger Roberto Ortega said...

ostaria de adquirir um Ukelele, mesmo que usado.
Você conhece algum lugar no Brasil que tenha e trabalhe com frete.

Outra opção seria mudar a afinação do cavaquinho e inserir cordas de nylon, mas o som ficaria muito ruim (pergunta).

Até mais e aguardo resposta.

 
At 05 maio, 2011 03:37, Anonymous Anónimo said...

Cara Ukulele eh bem diferente do cavaquinho. Falo isso por experiencia propria, toco os dois e eles tem diferenca na sonoridade, acordes e alem do mais no som. O ukulele eh toca em um stilo mais calmo e normalmente nao eh tocado rapido apesar do cavaco ser tocado com mais velocidade e rapidamente. O ukulele e o cavaquinho sao derivados do rajao queeh um intrumento portugues de 5 cordas, apos a introducao deste instrumento no brasil e em hawai foi modificado pelos nativos.

 
At 23 maio, 2011 22:32, Anonymous mjoaocarvalho said...

acabo de comprar um ukelele/gutalele. É uma viola pequena com seis cordas de nylon, da Yamaha. Não é suposto o cavaquinho ter quatro cordas e ser de metal? Alguém me explica se o do Hawai foi mesmo levado pelos imigrantes dos Açores e da madeira? Acrescentaram-lhe cordas no Hawai? Expliquem-me...pleeeeeaaase! Júlio Pedreira: se estiveres por aí...

 
At 23 maio, 2011 22:33, Anonymous mjoaocarvalho said...

deixei passar uma gralha no guitalele...upps

 

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