O debate do passado dia foi mal organizado e conduzido de uma forma que demonstra a falta de calo dos moderadores.
A sala estava às moscas. Apenas duas dezenas de pessoas estavam a presenciar o debate o que demonstrou, mais uma vez, a falta de divulgação dos eventos que ocorrem neste espaço. Os convidados, três verdadeiros dinossauros, representavam 3 aspectos importantes do panorama musical português dos anos 60. Carlos Menezes os músicos, João Maria Tudella os artistas e Igrejas Caeiro a rádio e a produção independente.
Pedro Russo Moreira exagerou na exposição inicial (cerca de 30 minutos) que, em minha opinião, deveria ter sido intercalada com opiniões dos convidados. Já a exposição da Leonor Losa, mais curta (9 minutos), primou pela objectividade. A intervenção de Carlos Menezes curta serviu para mostrar a ignorância de alguns dos investigadores presentes nalguns aspectos musicais. Falou pouco, mas o Carlos Menezes sempre falou e continua a falar maravilhosamente com os seus dedos nas cordas da viola.
João Maria Tudela apesar dos seus 78 anos continua em plena forma. É um conversador nato, um contador de histórias fabuloso e, como deu para perceber, a sua vida dava um filme.
Igrejas Caeiro de quem todos guardamos a imagem de um grande comunicador está, infelizmente, bastante debilitado devido à avançada idade e aos visíveis problemas de saúde. Deixar esta personalidade para o fim de um debate de 2horas (sem intervalo) foi a demonstração de insensibilidade humana. Sujeitar um vulto de tão grande importância a um espectáculo deprimente como aquele que tivemos oportunidade de presenciar foi uma atitude, no mínimo, deplorável.